Renúncia ainda causa polêmica em Pitangui
A renúncia da candidatura da ex-deputada federal, Maria Lúcia Cardoso (PMDB), à Prefeitura de Pitangui, no Centro-Oeste de Minas, trouxe à tona conflitos familiares e políticos. De um lado, existe a briga por uma suposta dívida por pensão alimentícia. Do outro, está a disputa pelo nome que assumirá a chapa da coligação "Começa um novo tempo", que tem o apoio de 11 partidos. Na tarde desta quarta-feira, Marcílio Valadares (PSDB), que era vice de Maria Lúcia, confirmou a candidatura. Ele segue na disputa ao lado do presidente da Câmara e tesoureiro do PSDB na cidade, Alexandre Barros. A iniciativa não agradou em nada alguns representantes do PMDB no município. No fim da última semana, o partido abriu mão da preferência na escolha do substituto e ainda destituiu dois membros da Comissão Provisória, que participariam da escolha do novo candidato.
Poucos minutos depois do registro da candidatura de Marcílio, representantes do PMDB entraram com pedido de impugnação na Justiça Eleitoral. A especulação, segundo eles, é que a artimanha tenha sido uma tentativa de emplacar um representante do PSDB na coligação. Até então, o militante político, Daniel Silvano dos Santos (PMDB), era o mais cotado a substituir à ex-deputada nas eleições.
Ele foi pego de surpresa no final da última semana quando, sem comunicação prévia, o partido destituiu Rodrigo Lopes de Faria (tesoureiro do PMDB em Pitangui) e Rosangela Vitorino Faria (candidata à vereadora pelo partido) da Comissão Provisória. Eles foram substituídos por Ricardo Ernani Valadares Maciel, que já era suplente na comissão, e José Maurício Cordeiro, que nunca chegou a fazer parte do grupo. Segundo o advogado do grupo, Paulo Henrique de Abreu, essa destituição fere o Código de Ética do partido. "Eles não deram, por exemplo, prazo para defesa, para que os membros pudessem argumentar essa decisão. Teremos uma resposta da justiça até sexta-feira e, dependendo do parecer, o cenário político da cidade poderá sofrer novas mudanças", diz.
Enquanto os representantes do PMDB lutam pelo direito à preferência na substituição de candidatos, Valadares está mais preocupado em "correr contra o tempo". O tucano afirma que não há nenhum "mal estar" na coligação e que todos os partidos concordaram com sua candidatura. "Estamos começando do zero e ainda ficamos quase 10 dias parados, longe das ruas. Queremos começar a campanha o quanto antes, preparar o material e começar nosso trabalho. O que está acontecendo aqui não é nada mais do que um pequeno atrito. Não há briga política na coligação.", garante.
O candidato rebate as acusações e nega qualquer artimanha entre o PMDB e o PSDB. "A destituição dos dois membros da comissão foi algo que partiu do PMDB. A comissão é provisória, como o próprio nome diz". Nos próximos dias, Valadares pretende trabalhar em seu plano de governo, que deve focar na educação, saúde e meio-ambiente. O tucano foi vereador na cidade de 2001 até 2004 e vice-prefeito de 2005 a 2008. "Estamos confiantes. Mesmo começando a campanha atrasada, acredito que estaremos à frente nessas eleições", diz.
No último sábado, Maria Lúcia disse, em entrevista ao Estado de Minas, que desistiu da candidatura devido a problemas emocionais e financeiro. A ex-deputada contou que o ex-governador Newton Cardoso (PMDB) deve para ela em torno de R$ 1,5 milhão de pensão alimentícia. Maria Lúcia e Newton se separaram em 2009 e, desde então, os dois vivem em litígio em razão da partilha de bens, estimados em R$ 2,5 bilhões."Estou desde fevereiro sem receber a pensão alimentícia e não tenho como custear os gastos de campanha e o sustento dos meus filhos".
Em resposta às acusações, o deputado federal declarou que Maria Lúcia sofria de "estado avançado de distúrbio mental". O parlamentar garantiu que tem pagado a pensão e que apoiou a ex-mulher na candidatura à prefeita de Pitangui."Ofereci tudo, mas ela mais bebia que fazia campanha".
Estado de Minas
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