Peças sacras são retiradas do museu abandonado
José Carlos de Oliveira Valério, um dos responsáveis pelas imagens, mostra acervo e lamenta que tesouro esteja escondido
Um tesouro que preserva várias páginas da história do país, e cujo valor
é incalculável está escondido dos cidadãos numa sala trancada a sete
chaves, no Centro Pitangui, a 130 quilômetros de Belo Horizonte. Cerca
de 70 peças sacras – muitas com até 300 anos – precisaram ser
transferidas para o local (cujo endereço será preservado, por questão de
segurança), devido à péssima estrutura do casarão que abriga o Museu
Sacro Monsenhor Vicente Soares, erguido no Centro do município conhecido
como a Sétima Vila do Ouro, fundado em 1715, e cidade-mãe de pelo menos
outras 40 do Centro-Oeste de Minas Gerais, como Divinópolis, Pará de
Minas e Nova Serrana.
O antigo casarão de dois andares que abrigava as imagens, erguido na segunda metade do século 19, foi danificado em razão de um histórico de negligência que vem de mais de 50 anos. “A última grande reforma foi na década de 1960”, afirma César Miranda, presidente do Instituto Histórico de Pitangui. A fachada, com seis janelas em cada pavimento, está comprometida por imensas trincas. Parte das cimalhas, que dão charme ao sobrado, também foi danificada pela ação do tempo. “O prédio está fechado há quase 20 anos”, lamenta Ronan Ivaldo, presidente do Conselho do Patrimônio Histórico e Cultural de Pitangui.
O antigo casarão de dois andares que abrigava as imagens, erguido na segunda metade do século 19, foi danificado em razão de um histórico de negligência que vem de mais de 50 anos. “A última grande reforma foi na década de 1960”, afirma César Miranda, presidente do Instituto Histórico de Pitangui. A fachada, com seis janelas em cada pavimento, está comprometida por imensas trincas. Parte das cimalhas, que dão charme ao sobrado, também foi danificada pela ação do tempo. “O prédio está fechado há quase 20 anos”, lamenta Ronan Ivaldo, presidente do Conselho do Patrimônio Histórico e Cultural de Pitangui.
A degradação produzida por décadas de descaso determinou a tranferência do acervo sacro, pois, além do grande risco de roubo no sobrado centenário, as peças poderiam ser danificadas pela ação do tempo. “As imagens são fantásticas, mas não podem ficar expostas, pois o risco que correm é grande”, acrescenta Ronan. Algumas, como a de São Benedito e a de Santa Efigênia, têm 1,5 metro e datam do início do século 18. Também chama atenção uma imagem de Nossa Senhora, da mesma altura e datada da mesma época, que ficava na antiga matriz, destruída, no início do século passado, por um incêndio.
O acervo ainda conta com castiçais de prata e pertences de personalidades históricas, como Maria Tangará, mulher que teria mandado servir ao marido os dentes de uma escrava depois de ouvir do companheiro elogios acerca do sorriso da mucama. “Todo esse acervo deveria estar no museu para ser visto por qualquer pessoa”, lamenta José Carlos de Oliveira Valério, um dos responsáveis pelas imagens.
O acervo ainda não tem data certa para ser exibido ao público, mas a expectativa é que isso ocorra até o fim de 2012. A esperança de que as peças voltem ao Museu Sacro Monsenhor Vicente Soares vem do PAC das cidades históricas, do governo federal. O programa destinará, segundo o presidente do Instituto Histórico de Pitangui, cerca de R$ 1 milhão para a reforma do sobrado. “Temos expectativa de que a obra comece este ano e seja concluída no segundo semestre de 2012”, acrescenta o presidente do Conselho do Patrimônio Histórico e Cultural. O imponente casarão já abrigou a Casa de Câmara e Cadeia e a prefeitura. Foi transformado em museu em 1968.
A alma do negócio
A decadência do casarão que abriga o museu também obrigou o Instituto Histórico de Pitangui a transferir milhares de documentos que ajudam a contar a história dos costumes de Minas Gerais no Brasil colônia e império. Muitos papéis datam de 1720 e relatam casos curiosos para os dias de hoje, como os de moradores que adquiriam serviços ou produtos dos comerciantes da Sétima Vila do Ouro e davam como garantia a própria alma em caso de não quitarem o débito.
“É uma preciosidade, que conta a vida da cidade, do estado e do país”, diz José Carlos de Oliveira Valério. Este acervo, porém, está aberto ao público e se encontra num prédio anexo ao Banco do Brasil. Os interessados em estudá-lo precisam preencher um cadastro no local. Os papéis, protegidos na época da transferência por produtos químicos, também voltarão ao prédio que abriga o Museu Sacro Monsenhor Vicente Soares assim que o local for reformado.
As informações são do Estado de Minas
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